sexta-feira, 7 de junho de 2013

Que será do amanhã?


Em discurso na cidade de Palmas (TO), ao final do ano passado durante a formatura de estudantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), a presidente Dilma Rousseff afirmou que a prioridade de seu governo para 2013 seria a educação de qualidade. Prometeu, ainda, que os recursos do pré-sal seriam destinados exclusivamente para investimentos na área.

Decorrido metade do ano, de fato concreto, de novo, ainda não temos nada! Não é por acaso que continuamos a ocupar a penúltima posição entre 40 países, no ranking que mede a qualidade da educação nos quatro últimos anos do ensino fundamental, conforme avaliação do Pearson Internacional. Lamentavelmente, só ficamos atrás da Indonésia.

O problema é que a educação não pode ser mudada por um simples discurso ou um toque de mágica. A melhoria da educação é um processo, pois como diz o professor Joaquim José Soares Neto, da UnB, em seu texto para o movimento Todos pela Educação, “a simples constatação de um problema público não estabelece o caminho de sua solução. Para se buscar a melhoria, é preciso desenhar estratégias e elaborar planos de ação”.

Isto é dificultado pela própria organização (ou desorganização?) do sistema, que pode ter suas diretrizes, mas não tem planos de ação unificados, o que compromete a própria execução do processo de melhoria.

Assim, por conseguinte, podemos ter o diagnóstico dos macros problemas, mas não conseguimos superá-los, porque o setor fica a mercê da vontade política e da competência (ou não) de milhares de gestores, espalhados pelos estados e municípios, cada qual desenvolvendo sua própria política.

Recentemente, o movimento Todos pela Educação divulgou uma série de dados sobre a questão da infraestrutura de nossas escolas, entre os quais, que 44,5% das escolas brasileiras só dispõem da estrutura mínima para o funcionamento, ou seja, só têm água, banheiro, energia, esgoto e cozinha. Faltam-lhes itens essenciais e importantes à melhoria da qualidade, tais como equipamentos de comunicação e informática, laboratório, biblioteca e quadra de esporte.

Somente 0,6% das escolas pesquisadas têm a estrutura completa, o que é um dado realmente alarmante.

Entre outros problemas, que urgem por solução, Eduardo de Freitas, da Equipe Brasil Escola, menciona que “praticamente todos os que atuam na educação recebem baixos salários, professores frustrados que não exercem com profissionalismo ou também esbarram nas dificuldades da realidade escolar, além dos pais que não participam na educação dos filhos”.

Não é menos importante observar, que as piores escolas estão entre aquelas de responsabilidade dos municípios, seguidas pelas de responsabilidade dos estados. Entre elas, as piores estão nas zonas rurais ou nas periferias das cidades, o que permite concluir que as pessoas de menor renda são justamente aquelas que não têm acesso ao ensino de qualidade.

Também podemos chegar à seguinte conclusão: a de que precisamos muito mais de ação do que de discurso político. Este se presta quase sempre à enganação, muito mais do que a promover mudanças.


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