quinta-feira, 12 de março de 2015

Nutridos pela ambição e pelo ódio (e por mentiras também!)

Ao tomar posse no primeiro mandato, em janeiro de 2003, o ex-presidente Lula da Silva assumia o compromisso de dar um “impulso ao projeto nacional de construir, neste rincão da América, um bastião da tolerância, do pluralismo democrático e do convívio respeitoso com a diferença". Também assumia “combater à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública”, dizendo que estes seriam “objetivos centrais e permanentes” de governo.
Iniciou-se logo depois, sob a coordenação do ministro chefe da Casa Civil de então, José Dirceu (PT-SP), o loteamento do governo e a cooptação de parlamentares para composição de uma ampla maioria no Parlamento. Daí, não demorou que surgissem as primeiras denúncias, inclusive a de corrupção nos Correios, que ensejaria o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) a denunciar o MENSALÃO. O discurso começava a mostrar-se um, enquanto a prática outra!
Mesmo com a crise do MENSALÃO, o ex-presidente muito mais pelo populista e carisma que pela competência, enlevou-se no povo. Inflado, apagou por conveniência a transição histórica promovida pelo antecessor, Fernando Henrique Cardoso (FHC), que lhe facilitara a iniciação no governo. Em troca, começou a apequenar o legado de FHC, adjetivando-o como “herança maldita” o “efeito Lula”, que desestabilizara o mercado, provocando uma fuga enorme de capital estrangeiro.
Para estancar esta crise, Lula da Silva se comprometeu, ainda antes da eleição, a respeitar os contratos. Também, por intermédio do governo de FHC, acabou por firmar a chamada “Carta ao povo Brasileiro”, que passou a nortear a campanha. Não por outro motivo, já no governo nomeou técnicos competentes do ninho tucano para o Ministério da Fazenda, a fim de assessorar Antônio Palocci. Para o Banco Central foi escolhido Henrique Meirelles, deputado Federal eleito pelo PSDB de Goiás.     
No segundo mandato a economia brasileira começou a desandar, após pressão da cúpula governista, inclusive da atual presidente Dilma Rousseff (PT-RGS), para a substituição dos ditos “tucanos” por uma equipe exclusivamente petista, comandada por Guido Mantega (PT-SP). O mesmo aconteceu no aspecto ético, com a preparação de dossiês falsos contra os adversários e a estratégia de melar o julgamento do MENSALÃO.
Também surgiu o escândalo dos cartões corporativos, preparados no Palácio do Planalto para incriminar os desafetos petistas, que incluía Dona Ruth Cardoso - uma intelectual honrada e respeitada, com imensuráveis serviços prestados ao Brasil. Dilma Rousseff era a ministra da Casa Civil e sua secretária-executiva, dita de confiança, Erenice Guerra (PT-DF), seria responsabilizada pelo dossiê. Algum tempo depois, a mesma Erenice seria destituída do governo, por tráfico de influência em proveito próprio e da família.
Com Dilma Rousseff assistimos as demissões de ministros, ditas por “maus feitos”, após relevantes denúncias de corrupção. Tornou-se, então, patente que a corrupção se tornara endêmica desde o início dos governos petistas, embora ambos os presidentes nunca soubessem de nada, nem mesmo da máfia que nomearam para quebrar a Petrobras. E de novo tentaram jogar a culpa em FHC.
Constrangido, o próprio delator Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, não pôde negar na CPI ora em curso na Câmara de Deputados, que a corrupção na Petrobras foi sistematizada a partir do governo petista, em 2004.

Agora, depois de 12 anos de governo petista, o Brasil se vê no epicentro de uma enorme crise econômica e política. Vem à tona o estelionato eleitoral da campanha, fomentado por um projeto de perpetuação no poder, no ódio do “nós” contra “eles” (a oposição) e na mentira. Com toda elegância, o ex-presidente FHC diz-se contra o impeachment, embora acuse os maus tratos e a falta de diálogo, conforme entrevista concedida à “Folha de São Paulo”. Mas, enfim, os brasileiros sangrados pelos governos petistas ganham as ruas.

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