quinta-feira, 25 de junho de 2015

A ilusão acabou!

A grande maioria dos brasileiros não tem sequer idéia do que é a dívida pública, nem da repercussão que tem o endividamento do país sobre o seu bolso. Talvez daí o grande desinteresse das massas com a política e a economia, embora ambos os segmentos tenham influência direta sobre a vida das pessoas, pois à medida que o país se endivida, mais a sociedade tem que fazer esforço, através do pagamento de impostos e outras contribuições, para o fechamento da conta.
Como diz o adágio popular, “não há banquete de graça, alguém tem que pagar a conta”! E no Brasil a conta é sempre crescente, ou seja, a cada ano todo brasileiro é obrigado a pagar mais tributos. Nas décadas de 70 e 80 o percentual da carga tributária em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) era de 25,2%. No ano 2000 chegou a 30%. Em 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, deverá superar a 36% do PIB. Somente no governo do Partido dos Trabalhadores (PT) ela cresceu perto de 11%.
Além da carga tributária elevada e do baixo retorno em serviços aos brasileiros, acumulamos também uma enorme dívida pública. O montante da nossa dívida bruta, que engloba as responsabilidades dos governos municipais, estaduais e federal (incluindo as empresas estatais e autarquias) é de R$ 3,5 trilhões. Somente o governo Federal acumula uma dívida bruta de R$ 2,496 trilhões, até o final do último mês de maio, de acordo com relatório do Tesouro Nacional divulgado esta semana.
Como o país nunca consegue pagar a sua dívida (interna e externa), a conta sempre vai aumentando. Faz-se necessário, então, tomar dinheiro emprestado, que custa a todos nós brasileiros 13,75% ao ano, pela taxa Selic estipulada pelo Banco Central (BC) - Uma das maiores taxas de juros reais do mundo.
Pela agência de classificação de risco Moody’s, “o endividamento do Brasil encontra-se em um patamar bastante elevado”. Mesmo assim, independente do ajuste fiscal promovido pelo governo de Dilma Rousseff (PT-RS) ora em curso, a dívida pública brasileira deverá continuar crescendo, pois a Moody’s considera muito improvável que as metas fiscais projetadas para 2015 e 2016 venham a ser alcançadas.
Para piorar as perspectivas da nossa economia o próprio BC já admite que a inflação chegue a 9% ao final deste ano. Outra previsão negativa do BC é de que o PIB de 2015 deverá encolher 1,1%, aumentado o desemprego e limitando o aumento das receitas do governo, o que será o pior resultado dos últimos 25 anos.
Ao contrário do que dizia a presidente Dilma Rousseff antes da eleição, não estamos no melhor dos mundos. Os indicadores apontam que a crise será duradoura. Um tsunami! E não podemos atribuí-la a fenômenos externos, uma vez que estamos muito aquém do crescimento do mundo. A questão é que deixamos de fazer o dever de casa e continuamos gastando, sem qualquer zelo com a Lei de Responsabilidade Fiscal e preocupação com a estabilidade da economia, agravada pelo aparelhamento do Estado e pela corrupção generalizada.

Agora ninguém tem culpa. Tal criador, tal criatura! Por isto, o ex-presidente Lula da Silva a todo custo tenta eximir-se de suas responsabilidades. Nessa briga não há vítimas, há sim culpados! “Sórdida campanha... na tentativa de destruir um projeto nacional e popular”, tal como dizem os senadores do PT em sua nota de desagravo ao ex-presidente Lula da Silva, não passa de mais uma falácia do PT. A verdade é que “sórdido” é o que eles fizeram do Brasil para a perpetuação no poder.

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