quinta-feira, 30 de julho de 2015

"Pare de acreditar no governo"

A entrevista das páginas amarelas da última edição da revista “Veja” é com o cientista político Bruno Garschagen. Recentemente, Bruno lançou seu primeiro livro, “Pare de acreditar no Governo – Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado”, pela Editora Record. Até aqui o livro já está na quinta edição, com mais de 12 mil exemplares vendidos, o que é um grande feito em se tratando de vendagem de livro deste gênero no Brasil.
Bruno Garchagen é natural de Cachoeiro de Itapemirim – ES, onde começou sua vida intelectual e atuou como jornalista. Hoje, entretanto, ele é uma daquelas figuras que podemos chamar de universal, tamanho é o seu preparo intelectual e brilhantismo acadêmico. Com formação pela Universidade Católica Portuguesa e passagem pela tradicional Universidade Oxford, na Inglaterra, se tornou mestre (e brevemente doutor) em Ciência Política e Relações Internacionais. Além de professor de Teoria Política é também tradutor e membro do Conselho Editorial do Instituto Ludwig von Mises Brasil.
Na entrevista concedida à “Veja”, Bruno expõe sua percepção sobre o atual momento político e econômico brasileiro, com a mesma visão crítica demonstrada em seu livro. Para ele, embora determinados segmentos  hoje clamem por um Estado mais enxuto, com “redução dos impostos, da burocracia, do número de ministérios e do funcionalismo”, a simples mudança dos atores políticos não resolverá os nossos problemas, pois suas raízes encontram-se fincadas no intervencionismo do Estado, que sempre prevalece sobre as iniciativas individuais e coletivas.
Por esta razão, nos dizeres muitíssimos apropriados de Bruno, “nenhum partido do Brasil defende a redução do Estado”, haja vista que “nos meandros da política, não há um debate sobre maneiras menos custosas de conduzir o país”. Então, tudo isso reflete diretamente na sociedade, que cada vez mais é compelida a pagar mais impostos. Mesmo assim, a sociedade continua a “venerar” o Estado, na esperança de que ele venha a resolver todos os problemas políticos e econômicos, o que até aqui tem constituído um grande “paradoxo” da nossa história. 
O Estado paternalista, por sua vez, é extremamente arrecadador, o que compromete a renda do trabalhador, além de influir na menor competitividade da nossa economia. Isto também fomenta a elevação do custo Brasil, ao lado da baixa qualidade da educação. E como elucidar a crise vigente, em seus aspectos éticos, morais, políticos e econômicos sem uma sinopse da ideologia petista e sua obstinação de exacerbar o tamanho do Estado? 
Com relação ao livro, como síntese, tomamos a liberdade de apropriar-nos do seguinte trecho da sua apresentação, pelo jornalista Rodrigo Constantino: “O livro passa como se fosse rápido (e triste) filme de nossa história política, desde a chegada de D. João até Dilma, ‘comprovando que nada é tão ruim que não possa piorar’. As entranhas de nosso patrimonialismo – A arte de confundir público e privado – são expostas com maestria e boas pitadas de humor pelo autor...”.
Entretanto, o mais importante é que Bruno Garschagen aguça em todos nós leitores uma visão mais crítica, tanto do governo como da sociedade. Essa dimensão crítica tem a capacidade transformadora. Depois de doze anos de governo petista já não podemos estar susceptíveis a um novo “conto do vigário”. É hora da sociedade se unir e expurgar o “nós” contra “eles”, pois como diz Bruno em sua obra, “muita gente se contrapôs a essa estupidez de forma contundente e inteligente, mas outros caíram na armadilha repetindo os vícios e trejeitos dos petistas”.
Outro ponto é que não basta apenas a mudança de governo. Para superar nossos atrasos sociais e político é necessário um Estado eficiente e transformador. E com conhecimento, vontade e determinação qualquer mudança é possível.

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