quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Buraco sem fundo.

O último Relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) com as previsões para o desempenho da economia mundial permite-nos avaliar que as perspectivas do Brasil não são nada animadoras. Pelo FMI, em 2015 a economia brasileira deverá encolher -3,8%, enquanto a mundial crescerá 3,1%. Em 2016 a previsão é de que nossa economia irá encolher -3,5%, enquanto o mundo crescerá na média de 3,4%. Para o ano 2017 ficaremos estagnados, sem crescimento, enquanto a economia mundial avançará em torno de mais 3,8%.
As estimativas do FMI vão ao encontro de outros organismos internacionais. No plano interno, as grandes consultorias também pioram suas previsões a cada semana. Pode-se mensurar, portanto, que um verdadeiro desastre está acontecendo com o Brasil, com a tendência de agravar. A recessão nunca vem sozinha: ao lado dela vem o desemprego, a diminuição dos salários e da renda, a piora na qualidade dos serviços básicos, tais como educação, saúde, saneamento básico, segurança pública, etc...
A causa desse desastre é que nos últimos anos o governo gastou muito mais do que podia gastar. Em 2010, por exemplo, no último ano de governo do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 7,6%. Analisando qualitativamente esse fato, entretanto, observa-se que o impulso na economia se deu pelo aumento das despesas totais do governo, que naquele ano bateu todos os recordes históricos para eleger a então candidata Dilma Rousseff (PT-RS).
No ano seguinte, já eleita, a presidente Dilma Rousseff e seu ministro da Fazenda, Guido Mantega (PT-SP), não arrumaram a casa, de modo a colocar a política fiscal novamente no rumo. E para piorar o déficit público estimularam a política de isenção fiscal e o congelamento dos preços dos serviços controlados pelo governo, além de intervir nas decisões do Banco Central.
Tomadas as medidas cabíveis em tempo hábil, o Brasil hoje estaria crescendo pelo menos em torno da média mundial, sem a inflação de dois dígitos que penaliza, sobretudo, os mais pobres. O governo, todavia, tem demonstrado imensa dificuldade em tomar tais medidas, haja vista que prefere aumentar impostos continuamente a controlar os seus gastos.
Para a presidente Dilma Rousseff a solução da crise é simplesmente “reequilibrar o Brasil num quadro em que há queda de atividade necessariamente, a não ser que nós façamos uma fala demagógica, em ampliar impostos”. Entenderam? Eu também não! (A linguagem utilizada é o “dilmês). Mas, a presidente completa dizendo que “é fundamental para o país sair mais rápido da crise aprovar a CPMF”.
Recentemente, a presidente havia prometido um conjunto de medidas para diminuir os gastos do governo, mas não atingiu 15% das metas, conforme matéria divulgada recentemente pela “Folha de São Paulo”. Até a diminuição do próprio salário e o dos ministros, que só tem efeito demagógico no conjunto das despesas, ficou no discurso. As despesas, no entanto, não param de aumentar. Somente com juros da dívida pública, o Brasil desembolsou mais de R$ 500 bilhões, em 2015. Quase quatro vezes mais do que os gastos com a Educação e a Saúde.
O Brasil não precisa de CPMF e nem de aumentar os impostos. Necessita imediatamente é de governo, com capacidade e credibilidade para realizar as mudanças necessárias. Na realidade o governo da presidente Dilma Rousseff já acabou. Só lhe resta a história, onde ficará marcado como o pior período de nossa vida Republicana. 

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