sexta-feira, 16 de março de 2018

Falta de Decoro e Desfaçatez

Resultado de imagem para políticos corruptos
Amparados pela imunidade, muitos políticos brasileiros julgam-se que os votos do povo e a eleição lhes dão o direito de agirem ao bel prazer, como se estivessem acima do bem e do mal. Tal cultura parece tão impregnada que grande parte dos parlamentares não demonstra qualquer constrangimento em aprovar determinadas Leis contrárias aos interesses públicos, ou de detoná-las quando não lhes convém.  Um bom exemplo são as “Dez Medidas Contra a Corrupção”, de iniciativa popular, com mais de 2,0 milhões de assinaturas.
Tal Projeto deu entrada no Congresso Nacional no dia 29 de março de 2016, pelas mãos do Ministério Público Federal (MPF) e de representantes da sociedade civil. No dia 26 de novembro daquele mesmo ano, após pressão da sociedade, o Projeto de Lei foi à votação, já de madrugada, totalmente desfigurado. Suas “excelências” acabaram por criminalizar Juízes e Procuradores por abuso de autoridade, enquanto abrandavam o crime, inclusive anistiando o caixa dois. 
Daí que depois de votada e aprovada por esmagadora maioria a Lei acabou parando no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Luiz Fux determinou, através de liminar, que ela retornasse a Câmara dos Deputados, para recomeçar o processo com o texto inicial, de iniciativa popular, de tão desfigurada que estava.
Outro fato épico e pitoresco aconteceu no dia 17 de junho de 2009, no Palácio do Planalto, quando o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) afirmou em seu discurso que o ex-presidente José Sarney (MDB-AP) não poderia ser tratado como “uma pessoa comum”. Naquela ocasião, o então senador José Sarney estava sendo denunciado por criação de cargos e nomeações de parentes por atos secretos. Mais um de seus danosos malfeitos!
Não é de se estranhar, portanto, que o ministro da Articulação Política do governo, deputado Carlos Marun (MDB-MS), entre agora com um pedido de impeachment conta o ministro do STF Luís Roberto Barroso, por revogar o indecoroso indulto natalino editado pelo presidente Michel Temer, para liberar políticos corruptos da prisão.
Aliás, o ministro Barroso tem sofrido inúmeras críticas por suas posições. Não são poucos os políticos que o tem em desafeto, principalmente depois da entrevista à jornalista Mira Leitão, de “O Globo”, quando declarou que “a corrupção no Brasil não foi um conjunto de falhas individuais e pequenas fraquezas humanas. Ela é parte central de um pacto oligárquico que foi celebrado entre boa parte da classe política, da classe empresarial robusta e boa parte da burocracia estatal. Um pacto de saque ao Estado brasileiro.”
Não é de se estranhar, portanto, que o ex-presidente Lula de Silva ainda se considere inocente, mesmo depois de massivas derrotas sofridas nos tribunais, que resultaram em 12 anos e seis meses de cadeia. Mas, como no meio o que prevalece é a dissimulação e a mentira, não é de se estranhar que agora o PT apareça com a versão de que “Lula será preso porque é perseguido”. Mas, a realidade é que não faltaram provas de sua culpabilidade no processo.
É doloroso que no Brasil, em pleno século XXI, muitos políticos cometam verdadeiros atentados ao Estado de Direito e à Democracia, sem nenhuma preocupação com o País e sua gente.

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